Onde está a Humanização?

Muito se prega sobre respeito e humanização pelas pessoas, muito se fala em tratar o próximo como se fosse um membro de sua família quando o assunto é atendimento á saúde. Porém nada disso é colocado em prática no dia a dia em unidades hospitalares.

Pessoas perdendo a vida em plena juventude por erros, por descasos e por falta de humanização. De repente podemos colocar a culpa na atual tecnologia, onde equipes de enfermagem e também de médicos, apenas olham para equipamentos que monitoram a vida de seus clientes sem ao menos observarem seu olhar, a culpa também pode ser da pressa de ir embora do trabalho, essa é tão desesperadora que uma prescrição médica que alerta sobre uma medicação nociva á saúde deste cliente, nem é lida.

E então pergunto, onde vamos parar? Até quando autoridades e Ministérios tomarão providencias só depois de vidas perdidas? Até quando famílias lamentarão os erros cometidos com as pessoas mais especiais que elas tinham na vida?

Perguntas que não querem calar e que não temos respostas para elas. Apenas podemos demonstrar nossa total indignação com um atendimento de péssima qualidade que é o que temos hoje na saúde pública do Brasil. De que adianta inaugurar vários postos de saúde e não ter condições de atender o grande número de pessoas que precisam dos serviços?

Profissionais se é que podemos assim chamá-los, completamente despreparados para lidar com vidas, indiferentes ao sofrimento alheio, estando ali apenas para cumprir tabela e não para cumprir seu compromisso com a vida como foi dito em seu juramento quando saiu da faculdade com toda a garra e vontade de proporcionar cuidados e cura.

 A saúde do Brasil grita por socorro e os ouvidos estão todos tapados, só anunciam providências depois das tragédias ocorridas. O tema da campanha da Fraternidade de 2012 vem com um pedido de saúde: "Fraternidade e saúde pública",

Lema: "Que a saúde se difunda sobre a terra!”
(Cf. Eclo, 38,8).

E então porque esse tema não é atendido? Porque quando precisamos da saúde pública somos humilhados e constrangidos nos postos e hospitais onde deveríamos ter um atendimento digno, onde uma lei que é absolutamente perfeita, não sai do papel.

Sim. Porque é isso que podemos dizer das diretrizes do Sistema único de Saúde (SUS), que são perfeitas. Se um terço dessa lei fosse colocado em prática tudo seria diferente.

Mas a corrupção, os desvios de verbas e as demais desculpas para a precariedade da saúde pública, não deixam nem o primeiro artigo ser cumprido: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (Art. 196 da Constituição Federal).

As pessoas estão cansadas, mas não tem a quem recorrer ou nem sabem mais se vale a pena recorrer, pois nunca são atendidas. Já se acostumaram com filas imensas e despreparos de equipes da área de saúde na hora do atendimento. E o mais engraçado é que os altíssimos impostos que pagamos nesse país devem estar em dia, enquanto nossa saúde encontra-se sempre em atraso.

Não sei dizer até quando essa situação se estenderá, mas sei dizer que se cada um fizer sua parte e cobrar o que lhe é de direito alguma atitude deve ser tomada. Estamos em um ano de campanha política, onde todos os que querem cargos estão eufóricos para obter uma cadeira na câmara de vereadores e na prefeitura, promessas virão á tona, inclusive para a saúde pública, mas o povo não está mais inocente diante dessas circunstâncias e sabem que promessas não resolvem problemas precisamos de ação.

Então, por isso e por outros inúmeros motivos, os eleitores devem analisar muito bem para quem confiará seu voto. Chega de conversa furada, procure saber quem realmente faz pela população da sua cidade e aí sim deposite nesta pessoa a sua confiança, podendo cobrar ações dela no futuro.

Vamos agir e mesmo que nosso grito de socorro apenas ecoe, continuemos gritando, pois já bastam as vidas que se calaram para sempre de maneira tão injusta!