Essa coluna trará curiosidades e informações sobre saúde.

Saúde que é um dos direitos fundamentais do ser humano. Muito mais do que a ausência de doenças, ela pode ser definida como qualidade de vida.
Nossa saúde depende de muitas coisas, como, por exemplo, das condições sociais, históricas, econômicas e ambientais em que vivemos, e de escolhas que fazemos no nosso dia-a-dia.

Espero muito que gostem!

Pesquisar artigos desta coluna

Saiba ter uma sincronia entre a razão e a emoção

“Porque que eu fiz isso?! Eu não queria fazer!”, “eu sei que não adianta me sentir mal, mas não consigo me sentir bem!”, “eu sei que tudo isso é passado, mas eu não consigo esquecer!!”, “na teoria eu sei, mas na hora de fazer…”.

Frases como essas são comuns no dia a dia, demonstram a dificuldade do ser humano em ser coerente com seus objetivos e encontrar alternativas para melhorar suas vidas. Algo que não depende simplesmente da vontade, revela uma divisão física em nosso cérebro.

O cérebro é um órgão dividido entre hemisférios direito e esquerdo: no direito predominam o comando das nossas emoções e potencial artístico, no esquerdo, as conexões que regulam nossa capacidade racional e lógica.

Outra divisão importante vem da nossa evolução animal, de forma simplificada podemos dizer que temos: um cérebro instintivo (reptiliano), um cérebro emocional (mamífero) e um cérebro humano que pensa fala e utiliza-se de instrumentos.

Tais diferenças dificultam a fluência entre razão, emoção e ação. Também dificultam a “digestão” das experiências que vivemos.

O avanço das neurociências tem trazido ferramentas que promovem melhor integração entre regiões do cérebro. Uma delas é o EMDR, técnica psicoterapêutica que promove uma “conversa” entre as divisões cerebrais promovendo alinhamento entre razão e emoção e a “digestão de sintomas traumáticos”.

EMDR significa Eye Movement Desensitization and Reprocessing: Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares. Foi descoberto pela pesquisadora americana Francine Shapiro, Ph.D. no final da década de 80.

A cada dia cresce o número de estudos científicos assegurando a eficácia do tratamento e manutenção dos resultados.

O EMDR estimula um sistema natural do nosso corpo, o Sistema de Processamento de Informação e Adaptação, promovendo aumento de fluxo de energia entre os “diferentes cérebros” e seus hemisférios: um verdadeiro instinto de cura.

Os pacientes costumam dizer que se sentem destravados, que seus sentimentos negativos e sintomas “vão embora” e que passam a fazer o que desejam sem esforço exagerado, sem peso.

Como o EMDR é aplicado?

Perguntas que ativam diferentes regiões cerebrais seguidas de estimulação bilateral dos hemisférios cerebrais. A estimulação bilateral pode ser por meio dos movimentos oculares, sons e toques alternados. Em todo o processo o paciente fica consciente.

É uma técnica simples que estimula a dessensibilização daquilo que incomoda, colocando-nos em um estado mais saudável no qual razão, emoção e ação estão mais alinhadas.

Indicações

O uso do EMDR é amplo: ansiedade, fobias, depressão, pânico, somatizações, estrés pós traumático, otimização do desempenho profissional, sexual, esportivo, criativo…

Vantagens


Rastreamento – podemos não saber exatamente qual é o trauma, mas quando o sistema de processamento de informação e adaptação cerebral é estimulado pelo EMDR o problema é rastreado. Há um verdadeiro instinto para a cura.

Exposição reduzida – muitas vezes o paciente está cansado de falar sobre o que aconteceu ou tem vergonha. A fala necessária no EMDR é reduzida. O importante é processar.

Fisiologia – o paciente não apenas pensa mas sente a melhora. O EMDR é um processo fisiológico de coerência e harmonia interna do corpo e entre o corpo e o meio ambiente.

Superar rejeição amorosa equivale a vencer um vício

Pessoas que sofrem muito por um amor não correspondido ou uma relação que chegou ao fim podem se apegar agora a uma explicação biológica.

Uma nova pesquisa feita pela Rutgers University, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, sugere que a rejeição de uma amante pode ser semelhante a ter de se livrar de um vício.

O estudo, publicado na edição de julho do Journal of Neurophysiology, é um dos primeiros a examinar o cérebro de pessoas que tiveram o "coração partido" recentemente e que têm dificuldade para superar o seu relacionamento.

Os pesquisadores estudaram o cérebro de 15 voluntários (10 mulheres e 5 homens) com idade universitária e que tinham terminado um relacionamento, mas que ainda amavam a pessoa que os havia rejeitado. A duração média das relações era de cerca de dois anos, sendo que dois meses haviam se passado, em média, desde o rompimento dos relacionamentos.

Todos os participantes tiveram altas pontuações em um questionário que psicólogos utilizam para medir a intensidade dos sentimentos românticos. Os participantes também disseram ter gasto mais de 85% de suas horas acordados pensando em quem os rejeitou.

Após a varredura, os cientistas descobriram que, enquanto olham para as fotografias dos antigos parceiros, homens e mulheres com o coração partido têm ativadas as regiões cerebrais associadas com recompensa, ânsia do vício, controle das emoções e sentimentos de apego, dor física e angústia.

Esses resultados fornecem respostas sobre os motivos pelos quais pode ser muito difícil para alguns superar uma ruptura e porque, em alguns casos, as pessoas são levadas a cometer atos extremos, como perseguições e homicídios, depois de perder o amor.

"O amor romântico é um vício", disse a autora da pesquisa Helen E. Fisher, antropóloga biológica. "É um vício muito poderoso e maravilhoso, quando as coisas estão indo bem e um vício horrível quando as coisas estão indo mal", disse ela.

Os pesquisadores desconfiam que a resposta do cérebro à rejeição romântica possa ter uma base evolutiva. "Provavelmente os circuitos do cérebro para o amor romântico desenvolveram-se há milhões de anos para permitir que os nossos antepassados concentrassem sua energia de acoplamento em apenas uma pessoa por um tempo e iniciar o processo de acasalamento", acredita a pesquisadora.

"E quando você é rejeitado no amor, é como se perdesse o maior prêmio da vida, ou seja, um parceiro para o acasalamento". Segunda Fisher, este sistema do cérebro é ativado para ajudar ao rejeitado a tentar conquistar a pessoa de volta, para que se concentre nela e tente recuperá-la.

Tempo é solução

A notícia boa é que a velha máxima do "tempo é o melhor remédio" também vale para as pessoas romanticamente rejeitadas. Os pesquisadores observaram que quanto mais o tempo tinha passado desde a separação, menor atividade havia em uma região do cérebro associada ao prazer e à recompensa.

As áreas do cérebro envolvidas na regulação da emoção, a tomada de decisão e avaliação também foram ativadas quando os participantes viram a foto do seu ex-amor.

"Isto sugere que os participantes estavam aprendendo a partir de sua experiência romântica passada, avaliando os seus ganhos e perdas e descobrindo como lidar com a situação", disse Fisher.

Estes resultados sugerem que falar sobre sua experiência, ao invés de simplesmente "curtir" o sofrimento, pode ter benefícios terapêuticos para o apaixonado.

"Parece ser saudável para o cérebro, ao invés de apenas ficar nadando em desespero, pensar sobre a situação de forma mais ativa e tentar trabalhar uma forma de lidar com isso", explica Fisher.

Grandes expectativas, grandes solavancos

Quer dizer que não estamos preparados para viver frustrações no amor? Que sofrer demais não é normal? E onde começa essa dor que parece não ter fim?

Dá para dizer que a grande vilã do processo é a expectativa, e, quanto maior ela for, é fato, maior será o tombo. Mas não tem como fugir dessa preparação para algo que ainda está por vir.

"Desde a infância, vivemos uma formação de expectativas. Começar na escola, passar no vestibular, se formar, arrumar um emprego...", explica o psicoterapeuta Chris Allmeida. "O erro é tentar reproduzir esse comportamento nas relações humanas - esperar algo ou prever o comportamento do outro", diz.

E, não tem jeito, em muitas ocasiões é inevitável gerar expectativas. Mas se uma relação acabou, o melhor remédio é sacudir a poeira e seguir em frente.

Parte desse exercício de sanidade mental é entender que as decepções, maiores ou menores, são um efeito colateral da vida, mas também passa por ter uma visão menos egocêntrica e mais humilde da própria existência a de que mundo não gira só ao nosso redor.

"É importante adaptar os desejos à realidade, mas compreender que nem sempre isso será possível", fala o psicoterapeuta.
Tristeza fora do comum

Mas como avaliar se sofremos com discernimento? De acordo com o psicoterapeuta Chris Allmeida, o normal é que o sofrimento provocado por uma desilusão tenha um pico nas primeiras 24 horas e nos dias seguintes comece a decair.

"Ficar triste não é uma doença, mas a manutenção da tristeza e de abandono merece ser estudado", avalia. "É a lamúria e a lamentação que alimentam a decepção", diz o especialista.

Os indivíduos que estão passando por esse tipo de alteração emocional apresentam sinais que fazem parecer que a vida estivesse acabado após sofrer a mágoa.

São os chamados sintomas de definhamento", quando a pessoa entra em um processo externo de autodestruição: fica isolada socialmente; come exageradamente ou não se alimenta; fica depressiva e relaxada com a sua própria higiene.